Em porte arbustivo, o Medronheiro (Arbutus unedo) tem de três a cinco metros de altura. Contudo, em condições excepcionais de boa adaptação, pode chegar a atingir os oito a 10 metros, passando assim ao estatuto de árvore. Na sua distribuição ao longo do Mediterrânico ocorre até aos 800 metros de altitude, preferindo climas amenos. De Outubro a Janeiro florescem as suas pequenas flores brancas dispostas em cachos pendentes, ao mesmo tempo que surgem (Outubro-Novembro) os frutos maduros das flores do ano anterior. Esta característica transforma o Medronheiro numa das espécies mais vistosas dos nossos espaços florestais nessa época do ano.
Para comer e beber
Os frutos do medronheiro - os medronhos - são comestíveis e muito apreciados em compotas e para aguardente de medronho. Com propriedades adstringentes, anti-inflamatório, anti-séptico, depurativo e diurético. O chá das suas folhas é utilizado para baixar a tensão arterial. Também as aves e mamíferos apreciam os medronhos por corresponderem a um dos poucos alimentos disponíveis num período do ano difícil para todas as espécies selvagens.
Etimologia e simbologia
A designação científica desta espécie - em latim - pretende indicar: Arbutus, corresponde a pequena árvore; e, unedo, provém do verbo do latino edo (comer) e da numeração unus (um), ou seja, "comer apenas um", já que os seus frutos maduros têm a fama de embriagar devido ao teor alcoólico que podem conter.
Este arbusto de folhas persistentes era, para os Antigos, ligado à morte e à imortalidade."Apressam-se a entrançar os caniços de um esquife flexível com ramos de medronheiro e de carvalho, erguendo um leito fúnebre sombreado de verdura", escreve Virgílio descrevendo as exéquias de Palas, companheiro de Eneias (ENEIDA, 11, 63-65).