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Clássica Aldeias do Xisto e Passeio da Primavera: 145 quilómetros a espalhar cor

Clássica Aldeias do Xisto e Passeio da Primavera: 145 quilómetros a espalhar cor
natureza ativa
A Clássica Aldeias do Xisto 2018 e o Passeio da Primavera passaram pelas paisagens do Centro de Portugal deixando um rasto de cor e animação.

São 10h00 do dia 25 de março de 2018. Chegámos a Álvaro, em Oleiros, onde se dá a partida simbólica da Clássica Aldeias do Xisto. Dentro de duas horas, 19 equipas, portuguesas e espanholas, e cerca de 130 ciclistas vão atravessar as Aldeias do Xisto e pedalar 145 quilómetros, até à Aldeia das Dez, em Oliveira do Hospital, disputando o Troféu Liberty Seguros. 

Por esta hora, os ciclistas amadores que participam no Passeio da Primavera já partiram da Ponte das Três Entradas, também em direção à Aldeia das Dez.

Ambas as iniciativas fazem parte do calendário do projeto Cyclin' Portugal, que até outubro, prevê a realização de diversas iniciativas nas Aldeias do Xisto.

Em Álvaro, a azáfama, ainda que de forma serena, já se faz sentir. A organização confere os últimos pormenores, posicionam-se os veículos que vão acompanhar a prova.

À medida que o tempo passa, o movimento vai aumentando. Chegam mais carros e mais pessoas. E, claro, há cada vez mais ciclistas e bicicletas. Perto das 11h00, acaba a missa e começa a música e a animação, com a apresentação das equipas.

Os habitantes de Álvaro, com ramos de oliveira e outras plantas nas mãos - é Domingo de Ramos - espalham-se pelos bancos disponíveis e aguardam pelo início da corrida.

Rafael Freire, José Rosa Francisco e Pedro Pano não fogem à regra. Observam tudo num dos cantos do Largo da Igreja, com vista privilegiada para o Rio Zêzere. São unânimes quanto à relevância do evento. Traz "muita animação" a uma aldeia que, à semelhança de tantas outras, tem agora poucos habitantes e, como também muitas outras, sofreu gravemente com os incêndios de outubro. Um tema que, de resto, vai marcando as conversas.

Neste contexto, eventos desta natureza que trazem pessoas e dinamismo à aldeia são sempre vistos com bons olhos.

Raquel Freire, da Loja das Aldeias do Xisto de Álvaro, também não esconde o seu entusiasmo com o acontecimento. "Quero é que venham pessoas para conhecer a aldeia", sublinha.

Partida, largada, fugida

A hora da partida está cada vez mais próxima e os ciclistas começam a colocar-se atrás da fita da partida, rasgada à hora prevista.

Também nós entramos no carro do condutor Lourenço e da comissária Isabel Fernandes. É ela que vai dar a partida real, mas antes há que confirmar que todos estão a postos: comissários, cronometristas, neutros (carros que prestam apoio, independentemente da equipa em causa), motos, carro vassoura.

No carro, existem três rádios que garantem e permitem a comunicação, fundamental e permanente durante toda a prova. Um geral, que toda a gente ouve, incluindo o speaker que estará na meta, e dois internos.

Começa então o percurso até à partida real, a um ritmo mais lento e controlado. É preciso garantir que todos os ciclistas integraram o pelotão. A comissária, conhecida pela sua rigidez e, por isso, apelidada de "Iron Lady", vai de pé, com o tronco a sair pelo tejadilho do carro. Conversa com os atletas, que vão respondendo e interagindo de forma animada e tranquila.

Cerca das 12h15, Isabel dá a partida real. Garantir o cumprimento das regras, controlar distâncias de segurança entre carros, motos e ciclistas e evitar situações de vantagem e/ou desvantagem são as tarefas que se impõem.

Quase de imediato, um grupo de 16 ciclistas, representando 9 equipas, destacam-se do pelotão. Há, agora, que ir procurando pontos de referência, comunicados via rádio, para se perceber o tempo entre o grupo fugitivo e o pelotão.

Damos por nós a alta velocidade, tendo em conta o trajeto inclinado e cheio de curvas, e a sentir um forte cheiro a embraiagem. Diz-nos o Lourenço que vai em segunda a 80 quilómetros, garantindo assim que consegue parar o carro em caso de necessidade. "Os condutores têm de ser bem escolhidos e conhecer bem as regras da prova", diz, obtendo a concordância de Isabel. Lourenço "anda nisto" há 25 anos. Isabel é comissária há 30. Experiência é, por isso, algo que não falta neste carro. Contudo, a adrenalina e o nervoso miudinho continuam a ter lugar.

Após uma hora de prova, estão percorridos 39 quilómetros. Já é permitido aos diretores aproximarem-se dos ciclistas e darem indicações, mas sempre com a autorização prévia dos comissários.

Duas horas de prova e 60 quilómetros percorridos. Mais uma hora e ficamos a pouco mais de 30 quilómetros da meta.

E o vencedor é...

Já dentro dos 20 quilómetros finais, destacam-se 5 corredores: Óscar Hernández (Aviludo-Louletano-Uli), Daniel Mestre (Efapel), Domingos Gonçalves (Rádio Popular-Boavista), Joni Brandão (Sporting-Tavira) e Raúl Alarcón (W52-FC Porto).

A meta está colocada no topo de uma subida de terceira categoria com 3,2 quilómetros de extensão e com as últimas centenas de metros em empedrado.

É aqui que se adiantam Daniel Mestre, Joni Brandão e Raúl Alarcón, que cortam a meta por esta ordem, depois de Daniel Mestre impor a sua conhecida ponta final.

A vitória nesta terceira e última etapa fica assim para "a equipa da casa", já que a Efapel é patrocinada pelas Aldeias do Xisto. Na classificação geral, o espanhol Óscar Hernández é o vencedor do Troféu Liberty Seguros.

André Carvalho (Liberty Seguros-Carglass) venceu a classificação da juventude do Troféu Liberty Seguros.

Na meta, dezenas de pessoas aguardam os ciclistas, que recebem aplausos efusivos à medida que vão passando. É assim na Aldeia das Dez e, no geral, nas Aldeias do Xisto. Receber bem e afavelmente, mostrando o que de melhor tem o território é um princípio natural e vincado nestas comunidades.

Passeio da Primavera com 100 participantes

A Aldeia das Dez recebeu também a chegada do Passeio da Primavera, destinado a todos os amantes da bicicleta que quiseram juntar-se à festa da Clássica e celebrar o renascimento da natureza. Enquanto esperavam pelos corredores profissionais, os participantes aproveitaram para conviver e repor energias.

Margarida Pinto, de Canas de Senhorim, integrou o grupo de cerca de 100 participantes que percorreram o trajeto de 45 quilómetros. Na companhia de um grupo de amigos, aproveitou para rever a paisagem que marcou a sua infância. "Ontem plantei árvores e hoje participei no passeio. Devemos vir todos e ajudar", defende.

"Fabuloso e extraordinário". É desta forma que Rosário Figueiredo descreve a passagem da Clássica Aldeias do Xisto e do Passeio da Primavera na Aldeia das Dez. Apesar de viver em Coimbra, faz questão de passar todos os fins-de-semana na aldeia de onde é oriunda a sua família. "Tudo o que puder trazer pessoas é uma mais valia, quer para o comércio local, quer para o reconhecimento do património", considera, convidando todos a virem conhecer a aldeia.

Em dia de festa, não é, contudo, possível esquecer os incêndios que, em outubro passado, atingiram a região. Rosário lamenta a tragédia, mas opta por olhar em frente e chamar a atenção para os vestígios de "arqueologia agrícola" que o fogo deixou a descoberto nos socalcos. "São histórias de muitas gerações", diz, sublinhando a necessidade de divulgar e valorizar este património.

A Clássica Aldeias do Xisto e o Passeio da Primavera são iniciativas inseridas no Cyclin' Portugal, que reconhece as Aldeias do Xisto como território de excelência para a prática de ciclismo de competição e lazer.

O projeto resulta de um protocolo entre as Aldeias do Xisto, a Turismo Centro de Portugal e a Federação Portuguesa de Ciclismo e conta com o apoio da Secretaria de Estado do Turismo. Envolve ainda os municípios e agentes económicos, numa estratégia de afirmação e internacionalização do destino como “bike friendly”. Entre outras vertentes, a estratégia inclui a certificação de percursos, equipamentos e serviços, a construção de produtos turísticos integrados com base na bicicleta e a integração da sua oferta em canais de comunicação e reserva.


Texto: Andreia Gonçalves

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