xisto sonoro
Um retrato sonoro e sensorial das Aldeias do Xisto.
A história dos lugares a partir dos sons
“É uma viagem o que aqui se propõe, tal como é necessário viajar para conhecer toda esta rede. A nossa proposta, claro está, é uma viagem sensitiva e através dela a descoberta de um conjunto de aldeias únicas e vitais no território em que se inserem. Sente-se confortavelmente, coloque os auscultadores, e parta então à descoberta, através dos muitos sons que compõem estas peças, da rede das Aldeias do Xisto. Boa viagem!”. É este o convite que o paisagista sonoro Luís Antero lhe lança com o “Xisto Sonoro - Paisagens Sonoras da Rede das Aldeias do Xisto”, um trabalho que percorre as 27 aldeias da rede, que, entre diferenças e elementos comuns, nos leva a encontrar ainda os sons antigos que as povoavam e, com eles, a história dos lugares e das pessoas que deles faziam e fazem parte.
Um retrato sonoro das Aldeias do Xisto
Este trabalho de Luís Antero, que remonta a 2013, proporciona uma viagem sensorial e auditiva e dá a conhecer a identidade do território. Ao longo de 24 faixas sonoras (as aldeias de Janeiro de Baixo e Janeiro de Cima e as de Candal, Casal Novo e Chiqueiro estão agrupadas em duas faixas, respetivamente), os registos recolhidos apresentam um retrato sonoro das Aldeias do Xisto, que convida à descoberta de um conjunto de atividades, hábitos e povoações únicas e vitais para o território em que se inserem.


Originalidade, autenticidade, ancestralidade
Percorreram-se as aldeias em busca das suas sonoridades características, dos seus marcos sonoros que as distinguem umas das outras e o que torna cada uma delas um lugar único. Por outro lado, a viagem permitiu também apurar existência de elementos comuns:o bater das horas do relógio da torre da igreja é apenas um dos exemplos, os badalos do gado ou o som da água dos ribeiros são alguns exemplos. Mas, mesmo no que é comum, as Aldeias do Xisto apresentam singularidades: as 1620 badaladas ininterruptas tocadas pelo sino da Torre da Paz, Benfeita, ao longo de quase hora e meia, no dia 7 de maio de cada ano, apresentam-se como algo único e original. É esta originalidade, esta autenticidade, esta ancestralidade também, que conferem às Aldeias do Xisto um mosaico sonoro único do nosso Portugal rural.
Entrudo Tradicional em Aigra Nova
A comemoração do Entrudo é uma das tradições mais vincadas das Aldeias do Xisto, particularmente em Aigra Nova, em plena Serra da Lousã. Estre trabalho sonoro apresenta a singularidade dos vários momentos que marcam esta celebração, nomeadamente a Corrida do Entrudo, a subida ao pau para conquistar o bacalhau e o presunto, as quadras jocosas e o fabrico artesanal das já icónicas máscaras de cortiça.


Concertos Xisto Sonoro
No âmbito do XJazz - Encontros de Jazz nas Aldeias do Xisto, promovido pelo Jazz ao Centro Coimbra (JACC), em parceria com a ADXTUR - Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto, realizou-se este concerto no bar O Passadiço em Janeiro de Cima, Fundão. O músico e multiinstrumentista Gonçalo Parreirão juntou-se a Luís Antero numa experiência memorável para todos quantos assistiram. Também a Cerdeira, Lousã, serviu de palco ao Xisto Sonoro, acolhendo um concerto integrado na edição de 2017 do Elementos à Solta, que contou com a participação especial do músico lousanense João J. Francisco.
Nocturnos: a brama dos veados e a Mata da Margaraça
"Nocturnos" é uma compilação de gravações realizadas em áreas classificadas durante a noite, por forma a registar as suas dinâmicas sonoras e, em suma, a paisagem sonora existente. A Mata da Margaraça, em plena Paisagem Protegida da Serra do Açor e a brama dos veados na Serra da Lousã são alguns dos registos imperdíveis deste conjunto de trabalhos.
