A importância dos insetos. “Um milhão de espécies, representam 75 por cento da fauna do planeta, asseguram biodiversidade, sustentação da cadeia alimentar e são fundamentais para o controlo da saúde pública à escala global.” Em resumo foram estes dados avançados pela bióloga Sandra Santos, uma das responsáveis científicas pelo projeto de criação de uma Quinta da Ciência Viva dos Insetos em Figueiró dos Vinhos.
O protocolo de colaboração para esta nova unidade de Ciência Viva foi assinado dia 30 de julho de 2024 no Salão Nobre da Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos entre o município local e a Ciência Viva - Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica. Na cerimónia participaram Jorge Abreu, Presidente da Câmara Municipal, Rosalia Vargas, Presidente da Ciência Viva e Paulo Santos, Secretário Executivo da CIMRL – Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria. Após as intervenções foi apresentado, ao público e entidades presentes, o novo projeto que nascerá na Mata Municipal do Cabeço do Peão.
“Hoje para nós é um dia particularmente feliz, porque vamos formalizar uma parceria com uma instituição de particular relevância nacional. Constitui uma inspiração e um exemplo importante para todos nós. Um projeto de verdadeira coesão para o interior”. Foi com estas palavras que o presidente do Município de Figueiró dos Vinhos saudou esta iniciativa cuja importância foi sublinhada por Rosalia Vargas, responsável principal da Ciência Viva em Portugal: “
“Esta é uma ideia que tem caminho para andar o Cabeço do Peão e na sua mata.
As quintas de Ciência Viva inauguram um novo modelo: Uma quinta produtiva – havemos de produzir insectos – já fizemos degustação de insectos que têm riquíssimas qualidades proteicas. Os insetos são fundamentais como fonte de alimentação direta, mas o que eles vão proporcionar na agricultura.”
Para Rosalia Vargas “As quintas de Ciência Viva representam um misto de um centro de ciência produtivo e científico que desenvolve a comunidade e atrai visitantes aos territórios.”
Para Paulo Santos, representante da CIM da Região de Leiria este é um projeto ”muito complementar do ponto de vista da ecologia, do ambiente, da educação, mas também da dinâmica social, da economia, do emprego”. Luis Matias, coordenador do Plano de Recuperação do Pinhal Interior sublinhou a importância do projeto que segundo ele se deve também inscrever na lógica de “remuneração de ecossistemas que esta região representa como pulmão verde do país”.
Na apresentação da futura Quinta de Ciência Viva dos Insetos, a cientista Sandra Santos destacou a sua importância para a defesa do património entomológico e o serviço de ecossistemas da região e do país. A título de exemplo explicou que anualmente são já gastos 150 mil milhões de euros em polinização artificial, especialmente na China “serviço realizado por mulheres que em condições de quase escravatura substituem o papel dos insetos na polinização.”