Uma prova que traz “a energia e a paixão do ciclismo para dentro das aldeias”, afirma o diretor executivo da ADXTUR, Rui Simão. “Bonita, dura e bem disputada”, considera, por seu turno o ciclista Jóni Brandão. Um orgulho e uma alegria para as aldeias que recebem a festa da partida e da chegada. A 4.ª edição da Clássica Aldeias do Xisto, uma das provas mais exigentes do calendário da Federação Portuguesa de Ciclismo, decorreu a 25 de abril entre Benfeita, no concelho de Arganil, e Fajão, no município de Pampilhosa da Serra e marcou o regresso dos grandes eventos ao território das Aldeias do Xisto.
Um regresso de tal forma aguardado que nem a chuva que marcou presença durante todo o dia demoveu o público que, com os devidos cuidados, fez questão de aplaudir e apoiar os ciclistas.
A corrida ficou marcada pela exigência do traçado, que levou mais de uma centena de atletas a percorrer as desafiantes e bonitas paisagens da serra do Açor. A chuva e o frio foram também obstáculos para o pelotão nacional de equipas continentais e de clube.
Os primeiros 100 dos 142 quilómetros de prova, em ritmo vivo, não permitiram a formação de fugas. Foi já na primeira das três montanhas, na Cerdeira, a cerca de 40 quilómetros da meta que se formou o grupo de onde sairia o vencedor da corrida. A movimentação dos favoritos aconteceu na segunda e mais difícil das subidas pontuáveis para a classificação da montanha.
Foi nos Cêpos que Joni Brandão e José Neves (W52-FC Porto), Tiago Antunes e Joaquim Silva (Tavfer-Measindot-Mortágua) e Frederico Figueiredo (EFAPEL) fizeram a “ponte” para a cabeça de corrida, onde, dos dez fugitivos iniciais apenas resistiram Ricardo Vilela (W52-FC Porto) e Pedro Andrade (Hagens Berman Axeon).
Os 2500 metros da subida para a meta, disputados sob uma violenta carga de água, permitiram que se destacassem ligeiramente três corredores. Frederico Figueiredo foi o primeiro a atacar, à entrada dos últimos 200 metros, mas não surpreendeu Joni Brandão, que cortou a meta em primeiro lugar. Tiago Antunes chegou logo de seguida, garantindo o segundo lugar do pódio, e Frederico Figueiredo classificou-se em terceiro.
Jóni Brandão repetiu, assim, o feito de 2019 e foi o primeiro a cortar a meta da 4.ª edição da Clássica Aldeias do Xisto. “Tive uma pequena distração, quando se deram as movimentações decisivas, mas consegui chegar à frente. Os meus companheiros trabalharam para eu me poupar para a parte final. Só tive de rematar”, resume o atleta. “Foi um dia muito duro, com condições climatéricas muito difíceis. A isso juntou-se o terreno, sempre de sobe e desce”, acrescenta, sublinhando “o traçado muito bem escolhido”.
Ao pódio subiram ainda Ricardo Vilela, da W52 FC Porto, para receber o Prémio de Montanha e Pedro Andrade, da equipa Hagens Berman Axeon Cycling Team, que foi galardoado com o Prémio Juventude. A W52 FC Porto foi a Melhor Equipa.