O BCSD – Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável apresentou, no dia 4 de dezembro, a 2ª sessão do Ciclo Learning by Sharing Capital Natural, cujo enfoque assentou na Valorização Estratégica do Capital Natural, ou seja, o conjunto de ativos naturais, como a água, o solo, o ar, a floresta e os oceanos, de onde fluem uma série de benefícios para a sociedade.
A iniciativa, que decorreu na Pampilhosa da Serra e reuniu diversas entidades e empresas, centrou-se no modo como o capital natural pode ser integrado nas respetivas estratégias, levando à adoção de boas práticas de proteção e conservação da natureza. Alertando para os grandes desafios da sustentabilidade (alterações climáticas, degradação dos ecossistemas e perda da biodiversidade), Mafalda Evangelista, da BCSD Portugal, frisou que “todas as empresas dependem e têm impacto no capital natural”.
No discurso que inaugurou a sessão, o presidente da Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra referiu que esta é uma “reunião importantíssima” para continuar a sensibilizar pessoas e empresas para “aquilo que realmente importa para todos nós, para o mundo e para a vida”. José Brito vincou a necessidade de serem precisas medidas que façam face ao problema da desertificação e que “consigam inverter ou pelo menos travem o que tem acontecido”. Lamentou ainda que o poder central não demonstre “uma clara preocupação” com a situação que determinados territórios enfrentam.
Abordando a questão do ordenamento florestal, o autarca defendeu que, apesar de o eucalipto ser necessário à economia “destas gentes e do país” e ter “bastante peso na balança comercial”, “é preciso criar descontinuidades com a plantação de outras espécies”, também lucrativas, mas “mais resistentes neste tipo de território”, como o “medronheiro, a vinha ou a oliveira”. Para o efeito, referiu, “é importante incentivarmos as grandes empresas a ter alguma atitude nesse sentido”, em conjunto com iniciativas locais.
A oportunidade de valorização territorial através do medronho, foi, de resto, aprofundada nesta sessão através da intervenção do presidente da Cooperativa Portuguesa do Medronho, Carlos Fonseca.
Esta sessão, que incluiu ainda uma visita técnica ao pomar de medronhos da Lenda da Beira, na aldeia de Signo Samo, foi realizada no âmbito do projeto LIFE Volunteer Escapes, promove atividades relacionadas com a proteção ambiental e conservação da natureza e da biodiversidade, através da mobilização de voluntários.