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Aldeias do Xisto apresentam estratégia e formalizam consórcio para a próxima década

08 fev 2024
Aldeias do Xisto apresentam estratégia e formalizam consórcio para a próxima década
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Decorreram na Lousã e na Sertã as cerimónias de assinatura do contrato de consórcio da Estratégia de Eficiência Coletiva do Programa de Valorização Económica dos Recursos Endógenos – EEC PROVERE Rede Aldeias do Xisto 2030. Entre municípios, comunidades intermunicipais, empresas, associações, entidades do sistema científico e tecnológico, unidades de investigação e investimento, produtores e artesãos, são mais de 200 as entidades públicas e privadas que se unem em prol do desenvolvimento de um território que se afirma como um destino para viver, trabalhar, investir, criar e usufruir.

Afirmar as aldeias como “uma opção de vida de pleno direito”. Este foi, é e continuará a ser o desígnio das Aldeias do Xisto, um posicionamento bem assumido pelo presidente da ADXTUR – Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto, Paulo Fernandes, na primeira sessão da assinatura do Contrato de Consórcio da Estratégia de Eficiência Coletiva do Programa de Valorização Económica dos Recursos Endógenos – EEC PROVERE Rede Aldeias do Xisto 2030, que decorreu na Lousã a 6 de fevereiro. A segunda sessão teve lugar na Sertã, no dia 7 de fevereiro.

Foi também assinado um protocolo de cooperação entre cinco EEC PROVERE da região Centro: Aldeias do Xisto, Aldeias Histórias, Aldeias de Montanha, iNature e Termas do Centro. Entre os recursos que estas entidades assumem como desígnio de desenvolvimento e trabalho são evidentes fortes afinidades, tanto do ponto de vista temático, geográfico e institucional, como de posicionamento no quadro do mercado global da oferta turística. Numa avaliação conjunta do percurso desenvolvido por estas estratégias de desenvolvimento territorial, as entidades coordenadoras entendem existir princípios comuns de identidade, de experiência, de contexto e de cooperação, que possam no futuro concretizar-se no desenvolvimento de produtos compósitos assentes na complementaridade entre redes de oferta, na partilha de oportunidades, na representação mútua de interesses comuns e na criação de serviços partilhados orientados para o serviço coletivo.

Paulo Fernandes não tem dúvidas de que “as aldeias fazem parte da nossa identidade” e que “é preciso retomar esta lógica nas políticas públicas”. Mas é também necessária uma abordagem partilhada e um trabalho conjunto para se fazer face à mudança de paradigma, que não é o mesmo em todas as aldeias. “Este modelo colaborativo faz com que puxemos uns pelos outros e possamos ser mais homogéneos como um todo, puxando pelas qualidades de cada um”, considera. A ideia é construir uma oferta integrada, especializada, partilhando recursos e evitando a criação de “redundâncias”, e apostar na sustentabilidade, ganhando escala e contribuir para um mercado justo, em que grande parte do valor fique na região. “Só cooperando conseguimos atingir os nossos objetivos mais ambiciosos, oferecer experiências diferenciadas e ser mais atrativos e competitivos”, sublinha.

Um novo capítulo para as Aldeias do Xisto

O Acordo de Parceria Portugal 2030, que estabelece a estratégia e a estrutura operacional do período de programação de fundos europeus relativo a 2021-2027, consagra a importância dos instrumentos territoriais específicos como elementos centrais de promoção do desenvolvimento e coesão territorial. Assente numa lógica funcional, não coincidente com unidades administrativas, no CENTRO 2030 estão previstas intervenções que integram iniciativas de valorização económica de recursos endógenos (PROVERE) com forte identidade regional, através de iniciativas de natureza temática, inovadoras e com capacidade de induzir efeitos multiplicadores na economia e no território. Neste contexto, este consórcio de parceiros assume especial relevância pela representatividade temática e setorial do território na execução da missão assumida. Entre comunidades intermunicipais, autarquias, empresas, associações, instituições de ensino superior, unidades de investigação e investimento, produtores e artesãos. Entre municípios, comunidades intermunicipais, empresas, associações, entidades do sistema científico e tecnológico, unidades de investigação e investimento, produtores e artesãos, são mais de 200 as entidades públicas e privadas que se unem em prol do desenvolvimento de um território que se afirma como um destino para viver, trabalhar, investir, criar e usufruir.

Para o coordenador da ADXTUR, Bruno Ramos, que apresentou o Plano Estratégico Rede Aldeias do Xisto 2030, este é “um novo capítulo da história das Aldeias do Xisto. Mas para avançarmos é necessário pensar no que somos, no que fizemos. É como a metáfora do baloiço: para nos projetarmos para a frente temos de ir atrás ganhar balanço”. Por isso, ao longo do último ano e meio, a ADXTUR promoveu uma auscultação alargada aos seus parceiros do território, formou um focus group, realizou entrevistas com entidades e organizações de vários quadrantes (Secretaria de Estado da Conservação da NaturezaDireção-Geral do Território, Associação Portuguesa do Ambiente, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, as Comunidades Intermunicipais da Região de Coimbra, do Médio Tejo, da Região de Leiria, das Beiras e Serra da Estrela e da Beira BaixaTurismo de Portugal, Turismo Centro de Portugal, entre muitas outras) ouviu universidades e escolas. “A nossa visão para a próxima década assume declaradamente a intenção de continuar a liderar uma agenda que promova e defenda as aldeias como unidades cruciais para a sustentabilidade e vitalidade dos territórios e da sociedade de futuro”. A missão é gerar atratividade territorial, estimulando um desenvolvimento ambiental, social e económico sustentável, integrado e participado.

Assim, o Plano Estratégico assenta em quatro pilares: natureza; património e identidade; comunidade, experimentação e inovação. Desta forma, o território das Aldeias do Xisto continua a afirmar-se como “um laboratório para estimular a colaboração, a criatividade e acolher entidades do sistema científico e artístico para desenvolver novos projetos”, e, assim, tornar-se um território atrativo para viver, trabalhar, estudar, investir ou visitar.

A ADXTUR ficará ainda a coordenar dois dos programas do Plano de Revitalização do Pinhal Interior, o Aldeias e o Marketing Territorial, o que é uma "vantagem competitiva em relação a outros territórios", referiu Bruno Ramos. 

Na Lousã, foi ainda assinado o contrato de consórcio da EEC PROVERE Destinature - Agência para o Desenvolvimento do Turismo de Natureza. O coordenador, Miguel Vasco, explica que a estratégia passa por “afirmar as áreas naturais como instrumentos de implementação de iniciativas a partir de uma rede de agentes que contribuem para a criação de valor económico, social e ambiental para o território e para a comunidade”.

Trabalho em rede é fundamental

O papel do trabalho colaborativo para o desenvolvimento do território foi uma ideia destacada e repetida nos vários discursos proferidos ao longo destes dois dias.

Para o presidente da Câmara Municipal da Lousã, Luís Antunes, este é um momento em que se afirma a continuidade do “trabalho conjunto e a confiança de que poderá ser feito mais e melhor quanto à valorização deste território”. Também o presidente da Câmara Municipal da Sertã, Carlos Miranda, frisou a importância do trabalho em rede para “a valorização dos ativos deste território”, onde “as fraquezas se tornaram forças” e, hoje, proporcionam experiências de “grande autenticidade”.

Preservar a autenticidade

Autenticidade e genuinidade foram também os valores sublinhados pela vice-presidente do Turismo Centro de Portugal na Sertã. “A Região Centro cresceu em número de visitantes e número de dormidas em relação a 2019, o nosso melhor ano, porque há algo que diferencia este território: a autenticidade”, referiu Anabela Freitas. Por isso, há que continuar a “trabalhar em conjunto, preservar a autenticidade e aumentar o valor do destino”, ignorando barreiras administrativas. “O TCP não hesitou em integrar este consórcio, porque há aqui um vasto leque de recursos endógenos com potencial para serem transformados em produto turístico”, conclui.

 

Texto: Andreia Gonçalves

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