De Junho a Novembro de 2017, a arte regressa ao coração de Portugal. Promovidos pela ADXTUR– Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto e pelo JACC- Jazz ao Centro Clube, o XJazz- Encontros de Jazz das Aldeias do Xisto vai mais uma vez convidar músicos de renome nacional e internacional a imergirem na realidade das aldeias através de residências artísticas e concertos, cruzando identidade cultural e paisagens com música, dramaturgia e cenografia.
Continua assim a explorar-se a abertura deste território a contextos de criação e fruição artísticas, contribuindo para reforçar os atributos e valores das Aldeias do Xisto enquanto marca acolhedora da experimentação, da inovação e ponto de interseção daquilo que une os homens a si mesmos, aos lugares, à arte e à natureza.
Articulando numerosos atores e agentes no terreno, os Encontros de Jazz são também um exemplo de pensamento e ação local, integrando-se num projeto mais alargado de desenvolvimento centrado nos valores do território: natureza e ativo, etnografia e cultura gastronomia, lazer, infraestruturas e serviços turísticos.
O XJazz apresenta uma programação artística rica e diversa que, embora centrada no jazz, contempla outros géneros musicais e preocupa-se com questões de “ecologia sonora”. Com um programa artístico verdadeiramente enraizado no contexto e cultura dos lugares, os Encontros ancoram-se num número significativo de Aldeias do Xisto, beneficiando do seu contexto social e ambiental para momentos únicos de criação, fruição e partilha.
PROGRAMA
Mû Mbana
Sábado, 2 de junho - Cerdeira, Lousã
Joëlle Leandre x 5
Residência artística de 12 a 15 julho - Figueira, Proença-a-Nova
Espetáculo a 15 julho - Figueira, Proença-a-Nova - 19h00
(em parceria com Serralves)
Hamilton da Holanda
23 julho - Praia Fluvial de Góis (Peneda/Pego Escuro) 21h30
DEMO - Dispositivo Experimental; multidisciplinar e Orgânico
Ventre da Terra - Minas da Panasqueira
Residência artística de julho a agosto - Barroca, Fundão
Espetáculo multidisciplinar a 4 e 5 agosto - Praia Fluvial da Barroca, Fundão - 22h00
Hugo Antunes, Ricardo Toscano, João Pereira - Trio
19 agosto - Casa das Artes, Miranda do Corvo - 22h00
Quiné "DaCorDaMadeira"
2 de setembro - Gondramaz, Miranda do Corvo
Mû Mbana
Cantautor e intérprete de cordas várias, trazendo tons e aromas de África germinados pelo mundo.
Joëlle Leandre x 5
Joëlle Léandre (contrabaixo, voz); Susana Santos Silva (trompete, fliscórnio); Maria Radich (voz, dança); Maria do Mar (violino); Joana Guerra (violoncelo, voz), Angélica V. Salvi (harpa, electrónica)
A contrabaixista, provisadora e compositora francesa Joëlle Leandre é uma das figuras dominantes da música europeia e mundial. Com treino na música orquestral e contemporânea, tocou com l’Itinéraire, 2e2m e Pierre Boulez’s Ensemble Intercontemporain. Joëlle Léandre também trabalhou com Merce Cunningham e John Cage, que escreveu peças propositadamente para ela – como o fizeram, de resto, compositores como Scelsi, Fénelon, Hersant, Lacy, Campana, Jolas, Clementi (e outros 40 compositores de renome). Além da música contemporânea, Joëlle tem feito carreira no Jazz e na Música Improvisada, tocando com luminárias como Derek Bailey, Anthony Braxton, George Lewis, Evan Parker (que já esteve no XJazz), Irene Schweizer, William Parker, Carlos “Zíngaro”, Barre Phillips, Pascal Contet, Steve Lacy, Lauren Newton, Peter Kowald, Urs Leimgruber, Mat Maneri, Roy Campbell, Fred Frith, John Zorn, Mark Naussef, Marilyn Crispell, entre muitos outros.
Tem numerosas peças escritas para teatro e dança, foi professora em várias universidades, come special destaque para a Mills College (Oakland, Califórnia).
Podemos encontrá-la em mais de 200 discos, desde o final da década de 70.
É Cavaleira da Ordem Nacional de Mérito da Républica Francesa.
Hamilton da Holanda
A busca de Hamilton não é pelo novo, e sim por uma música focada na beleza e na espontaneidade. Diante dele, existe um novo mundo cheio de possibilidades. Seu norte é “Moderno é Tradição”, e o importante não é passado, nem futuro, mas sim, o espaço onde estes dois se confundem, a vida no momento presente, no aqui e agora.
Hoje, 16 anos depois de adicionar duas cordas extras, 10 no total, reinventa o bandolim e liberta o emblemático instrumento brasileiro do legado de algumas de suas influências e gêneros. O aumento do número de cordas, aliado à velocidade de solos e improvisos, inspira uma nova geração a se aproximar do Bandolim e de conceber formações com uma nova instrumentação. Se é jazz, samba, rock, pop, lundu ou choro, não mais importa. Nos EUA, a imprensa apelida-o de “Jimmy Hendrix do bandolim”.
Tendo sido por diversas vezes nomeado ao Latin Grammy, foi premiado nas duas últimas edições: em 2016, na categoria Melhor Disco Instrumental com ‘Samba de Chico’ e, em 2015, na categoria Melhor Canção Brasileira com “Bossa Negra”, parceria com Diogo Nogueira e Marcos Portinari.
Com uma carreira sólida, encontramos frequentemente Hamilton da Holanda nos mais importantes palcos mundiais, tendo já partilhado o palco com Wynton Marsalis, Hermeto Pascoal, John Paul Jones (Led Zepellin), Milton Nascimento, Chico Buarque, Chucho Valdes, Egberto Gismonti, Zeca Pagodinho, Stefano Bollani, Djavan, Richard Galliano, Marisa Monte, Alcione, Maria Bethania, Seu Jorge, entre muitos outros.
Consta também na sua discografia participações especiais nos Cds/Dvds de Maria Bethania, Djavan, Cesaria Évora, Beth Carvalho, Diogo Nogueira, Zélia Duncan, Dona Ivone Lara, Ivan Lins, João Bosco, entre outros.
DEMO- Dispositivo Experimental, Multidisciplinar e Orgânico
Venre da Terra - Minas da Panasqueira
O DEMO é um colectivo de artistas que privilegia a investigação e a criação com base no cruzamento entre as artes performativas, visuais e arte da performance, em contexto de criação e encenação colectiva, onde tendencialmente o público assume um papel criativo e participativo. Para além da criação de espectáculos e performances realiza ainda formações, exposições e publicações. Procura fomentar também uma consciência crítica através da dinamização da arte pela partilha, troca de conhecimentos e a fusão das várias áreas artísticas. Aposta assim no estimular de novos públicos, na descentralização e internacionalização da arte portuguesa.
Esta residência artística visa criar um espectáculo multidisciplinar que parte das minas de volfrâmio das Minas da Panasqueira, das memórias dos seus habitantes e trabalhadores e existências físicas actuais, em relação com o território alargado.
Território = terra, terra + torrium, pertencer.
Mina, é um veio natural de minérios que desafia o engenho humano, um face a face entre Homem e Natureza. Ou, antes, um jazigo de onde brota a água, símbolo primeiro da Vida. É um tesouro oculto nas entranhas da Terra, um caminho subterrâneo para um lugar sitiado. É, também, a mulher amante de gatuno, ou qualquer mulher. Um lugar oculto, escuro e fresco...
As Minas da Panasqueira são as maiores minas subterrâneas do mundo, com mais de 12 mil kms de túneis escavados pelo homem.
Hugo Antunes, Ricardo Toscano, João Pereira - Trio
Trio onde se encontram duas gerações do jazz nacional, unidos pelo prazer de tocar dentro da tradição. O contrabaixista Hugo Antunes regressou recentemente de Bruxelas, onde esteve radicado durante cerca de 6 anos. Dessa estadia resultou uma integração em múltiplos projetos com figuras cimeiras do jazz europeu, participando em projetos como o Scott Fields freetet, Velkro, Sun 7 e Cornettada.
Ao lado do contrabaixista estão dois músicos que, apesar de muito jovens, são já valores seguros do Jazz português. O saxofonista Ricardo Toscano é, provavelmente, a face mais visível da nova geração de músicos nacionais. Para tal tem contribuído o trabalho absolutamente notável que tem desenvolvido com o quarteto que lidera e do qual faz parte outro dos integrantes deste trio, o baterista João Pereira.
Quiné “DaCorDaMAdeira”
O projecto DaCorDaMadeira, nasce em 2001 a partir de uma viagem de ida-e- volta ao imaginário da África Austral. É fruto das vivências musicais e extra-musicais do autor e reflecte um universo muito personalizado da música tradicional, portuguesa e do mundo, transportada para a contemporaneidade.
Tendo editado em 2008 o seu primeiro álbum a solo (da cor da madeira), Quiné Teles prepara actualmente o seu segundo registo discográfico, a lançar em 2017.