ALDEIAS

Martim Branco

tejo-ocreza
Tejo-OcrezaMartim Branco
Martim Branco
martim branco, castelo branco
Assim se vivia, com arte e muitos ofícios. Esta é uma aldeia que se esqueceu do tempo. Por detrás das casas da última rua, a ribeira de Almaceda faz cantar as águas e os rouxinóis.

A aldeia ficou ali, ao lado da ribeira, a ver as pessoas a partir. E assim ficou durante de muitos anos, até que, há alguns anos, despertou dessa dormência. Por detrás das casas da última rua, a ribeira de Almaceda faz cantar as águas e os rouxinóis. Lá fora, o forno comunitário ainda exala o cheiro do pão acabado de cozer. Os fornos são os elementos mais interessantes em Martim Branco. Basta provar o pão para perceber porquê.

Num terreno de variados relevos, ora altos ora baixos, ora estreitos ora largos, ora arredondados ora bicudos, é neste tipo de paisagem, ora agreste ora meiga, ora nua ora arborizada, onde os matos a custo desabrocham, "que vive Martim Branco". Esteios de xisto erguem-se nos quintais. Antes dividiam propriedades, agora unificam a identidade da aldeia. Algumas casas testemunham raro casamento do xisto com granito, união de materiais que garante a qualidade e a perenidade dos imóveis. As portas ostentam belas e vistosas ferragens.

A Aldeia de tão pequena que nos parece, imagina-se parada no tempo, entre penedias de xisto e de quartzo, onde todas as casas e construções são modestas mas de uma genuinidade que o tempo não destruiu. Em Martim Branco há sempre um recanto que nos encanta.

  • território

    Perdida entre as numerosas e cada vez mais pequenas elevações com que a Serra da Gardunha e a Serra do Muradal se vão diluindo na charneca, Martim Branco estende-se no ameno declive duma encosta de exposição soalheira da margem esquerda da Ribeira de Almaceda. Esta circunda a aldeia na sua parte Oeste e vai desaguar no rio Tripeiro, um dos afluentes importantes da margem direita do rio Ocreza. Por onde passa toca os limites desta povoação do concelho de Castelo Branco, rodeada por terrenos de variados relevos e por uma paisagem alternadamente agreste e meiga, nua e arborizada, onde os matos a custo desabrocham.

    Distando um total de 24km de Castelo Branco, Martim Branco está apenas a escassos 2km da EN112, a estrada que de Castelo Branco procura passar entre a Serra do Muradal e da Gardunha, rompendo a Serra do Açor a caminho da Serra da Lousã.

  • natureza

    Os valores patrimoniais naturais assumem particular relevância na pitoresca e sinuosa ribeira de Almaceda, onde se acolhem moinhos venerandos que tanto centeio e milho moeram para o “pão-nosso de cada dia”. Ao longo da ribeira abundam essências florestais comuns em quase toda a Beira Baixa: o pinheiro, o sobreiro, a azinheira e a oliveira, esta última cobrindo os vales mais férteis que rodeiam Martim Branco. Os terrenos não cultivados cobrem-se de matos característicos da região: a carqueja, o rosmaninho, o tojo, e a giesta.

    A fauna é variada: se escutarmos e olharmos com atenção podemos ser presenteados com visões de rara beleza de uma raposa, um coelho ou lebre, perdiz, tordo, tentilhão, pintassilgo, codorniz, cuco ou cotovia. Há sempre um recanto que nos encanta neste espaço entregue à natureza.

    O nome Ribeira de Almaceda parece estar associado ao caudal de água que nela corre. Assim, segundo PIMENTEL (1881) almaceda é nome de origem árabe que significa "águas abundantes". A ribeira encontrará o Rio Ocreza e este, depois de descansar um pouco na Barragem da Pracana, engrossará o Tejo.

  • história e estórias

    Embora diversos achados arqueológicos comprovem que a região onde se situa a freguesia de Almaceda foi povoada desde os tempos mais remotos e vários indícios apontem para que a passagem dos mouros pela freguesia tenha trazido importantes benefícios para os seus habitantes, a sua ocupação só se tornou efetiva a partir da concessão de Foral a Sarzedas.

    Foi às autoridades do município da Covilhã que D. Sancho I solicitou para seu filho D. Gil Sanches a concessão de Sarzedas, na forma de herança. A régia pretensão foi atendida e em 1212 D. Gil Sanches e Paio Pais concedem foral e costumes da Covilhã a Sarzedas, com vista a restaurá-la e povoá-la. Foi a partir dessa data que a ocupação da freguesia de Almaceda, onde se inclui a povoação de Martim Branco, se tornou uma realidade.

    A origem do nome
    O nome “Martim Branco”, tudo leva a crer, é originário de nome de pessoa. Existem outras localidades com o mesmo nome Martim (Martim, Barcelos e Martim Longo, Alcoutim). O nome reparte-se entre o aglomerado mais antigo (Martim Branco Fundeiro) e o povoado mais a montante (Martim Branco – Eiras).

    Benzedura da massa do pão
    "Nosso Senhor te acrescente nesta hora e sempre,
    Nosso Senhor te acrescente para mim e para toda a gente"
    Benzedura utilizada em Martim Branco para a massa que é posta a fintar (levedar) enquanto sobre ela se faz o sinal da cruz.

    Pôr-do-sol em Martim Branco
    Vai-se o sol
    Vai-se o sol
    Vai-se o sol e a sombra fica
    O sol vai admirado
    Por a sombra ficar tão rica
    Por Sebastião Antunes (habitante de Martim Branco)

  • património

    Martim Branco é uma aldeia de pequena dimensão situada entre penedias de xisto e de quartzo, que não possui qualquer património construído do tipo religioso ou cultural. A aldeia desenvolve-se a partir de duas vias longitudinais - a Rua Principal e a Rua da Bica - apresentando uma configuração longitudinal. A Rua da Bica - que corre paralela e mais próxima à Ribeira de Almaceda - afigura-se como a rua primitiva do povoado, quer pelo seu traçado quer pelas construções que a ladeiam.

    Apresenta-se como um aglomerado rural onde construções destinadas a habitação, palheiros, fornos comunitários e açudes, se destacam pela sua arquitetura de traçado modesto e com uma particularidade interessante: o facto de nos materiais utilizados predominar, sem adulterações na maioria dos casos, o xisto e a taipa. O material de construção predominante é o xisto, embora algumas fachadas de edifícios estejam rebocadas e pintadas. Também aqui as fachadas incorporam calhaus rolados de cores claras.

  • produtos
    • Hortícolas
    • Azeitona e azeite
    • Colheres de pau
  • como chegar

    Coordenadas GPS: 39º 56' 46'' N | 7º 37' 32'' W

    De Norte
    Circulando pela A25 sair na saída nº.30, para convergir com a A23 no sentido Guarda Sul/Covilhã/Portalegre. Na A23 tome a direção Castelo Branco Norte EN112/Pampilhosa, saída nº.23. Seguir na direção da EN112, virando na primeira saída da rotunda, seguir na EN112 na direção de Pampilhosa da Serra durante 20km. Vire à direita para Martim Branco, onde chegará passados 2km.

    De Sul
    Circulando pela A1 tome a saída nº.7 para convergir com a A23 no sentido Abrantes/Torres Novas. Seguir pela A23 até à Saída nº.23 no sentido Castelo Branco Norte EN112/Pampilhosa da Serra/Penamacor. Seguir na direção da EN112, virando na primeira saída da rotunda, seguir na EN112 na direção de Pampilhosa da Serra durante 20km. Vire à direita para Martim Branco, onde chegará passados 2km.

    De Espanha
    Passando a fronteira em Vilar Formoso, tomar o A25 e percorre-la durante aproximadamente 34km. Continuar pela A23 na direção Guarda Sul/Covilhã/IP2/Portalegre, tome a sida nº.23 na direção Castelo Branco Norte EN112/Pampilhosa. Seguir na direção da EN112, virando na primeira saída da rotunda, seguir na EN112 na direção de Pampilhosa da Serra durante 20km. Vire à direita para Martim Branco, onde chegará passados 2km.

    Outras Informações:
    Na aldeia existe um painel informativo sobre

    • o PR2 CTB – Caminho do Xisto de Martim Branco, à entrada da aldeia.
  • nome dos habitantes
    martinenses
  • ex libris
    fornos a lenha e trincos e fechaduras

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